quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Confraternização da FEC




Amigos da FEC, venham participar conosco da nossa confraternização de Natal do ano de 2015.

Local: Fraternidade Espírita Cristã
Domingo, dia 13 de dezembro às 17 horas. 

Programação / Dezembro 2015

Dia 07 (2ª feira) - 19h - Prece pelos Desencarnados
Dias 01, 08 e 15 (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários
Dias 02, 09 e 16 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 02 e 16 (4ªs feira) - 19h - Consulta om CABOCLOS
Dias 09 (4ª feira) - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dia 13 (domingo) - 17h - Confraternização de Natal
Dia 18 (6ª feira) - 19h – Descarga do Templo 
Dia 20 (domingo) - 16h – Gira de encerramento

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Programação / Novembro 2015

Dia 02 (2ª feira) - 16h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 03, 10 e 17  (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários 
Dias 04, 11, 18 e 25 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 04 e 18 (4ªs feira)  - 19h - Consulta om CABOCLOS
Dias 11 e 25 (4ªs feiras)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS 
Dia 24 (3ª feira)  - 19h - Palestra
Dia 27 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Programação / Outubro 2015

Dia 05 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 06, 13 e 20  (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários 
Dias 07, 14, 21 e 28 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 07 e 21 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com CABOCLOS
Dias 14 e 28 (4ªs feiras)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS 
Dia 27 (3ª feira)  - 19h - Palestra
Dia 30 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo



domingo, 4 de outubro de 2015

Psicossomática - O sentido do adoecer


Psicossomática não deveria ser usada como um adjetivo para qualificar alguns tipos de doenças. Porque, para os estudiosos que abordam o ser humano de forma integral, psicossomática é um substantivo presente em toda forma de adoecimento, incluindo todos os tipos de sintomas físicos, mentais, relacionais, familiares, profissionais, sociais e espirituais. Por isso, pode-se afirmar com total segurança de que qualquer sintoma é uma espécie de secreção simbólica que, de forma violenta, viola o aparente equilíbrio do indivíduo para poder revelar, à sua consciência, os segredos secretos do seu amor ferido. Ou seja, o sintoma é um dos meios que a natureza psíquica utiliza para denunciar à consciência egóica de que o indivíduo está cindido, desintegrado, separado ou dividido neuroticamente.
Nessa premissa, quando surge qualquer tipo de sintoma, ates de eliminá-lo, devemos transformá-lo em um guia para o autoconhecimento, para evitarmos seu reaparecimento recorrente ou o surgimento de novos sintomas mais graves e mórbidos. Porém, em função da nossa sociedade estar cada vez mais fascinada e, consequentemente, dominada pelo racionalismo científico, que pretende normatizar tudo para manter a normalidade estática de tudo, e pelo capitalismo neoliberal, que transforma tudo em negócio, objetivando lucro, acúmulo e poder excludente, compreender psicossomaticamente os sintomas acaba sendo muito ruim, pois irá expor toda doença nossa contemporânea, denunciando o quanto que o normal está distante do natural, que é dinâmico e evolutivo.
Intimamente sabemos que a natureza não pode ser controlada por muito tempo, e ao nos tornarmos mais flexíveis, abrindo mão da ilusão do controle, diminuirão a exuberância das crises e do descontrole e, com isso, relativizaremos as normas. Portanto, os sintomas e as crises. Mas, quando surgem as crises e seus sintomas, é necessário fazermos uma boa anamnese, equivalente a recordar - relembrar ou rememorar as emoções - que estão associadas a cada sintoma, incluindo a análise simbólica do órgão, do sistema, da função ou do tecido doente, e as consequências deste sintoma, tanto no que o indivíduo deixou de fazer, quanto no que ele passou a fazer, além de uma enorme gama de análises que podem surgir, contribuindo para que a ferida secreta venha à tona.
Com isso, nossas mágoas podem ser choradas para evitarmos que outros olhos ou pessoas as chorem por nós. Assim como os ressentimentos, os sentimentos de culpa, inferioridade, abandono, desejos de vingança, ansiedade ou medo, podem ser reconhecidos, ressignificados e superados. Só assim a pessoa poderá envelhecer com bom humor, condição essencial para que o sistema imunológico atue eficientemente, pois está comprovado que ele reage imediatamente a qualquer tipo de situação onde esses aspectos negativos estão atuantes no psiquismo do indivíduo, deixando de ser funcional, chegando até a se voltar contra o próprio organismo, como é o caso das doenças autoimunes.
Nossa imunovigilancia é absolutamente capaz de nos deixar protegidos de qualquer agente antigênico - de genética diferente da nossa - eliminando eficazmente qualquer tipo de vírus, bactéria, fungo e até vermes nocivos. Além disso, o sistema imunológico também tem competência de localizar e eliminar toda célula aberrante que surge em decorrência do contínuo e natural processo de renovação celular, onde a cada dia morre (por apoptose ou necrose) e nasce (por repasse mitótico) cerca de um 1trilhão (principalmente, em tecidos epiteliais e conjuntivos, responsáveis pelos revestimentos e pela sustentação do corpo), das 100 trilhões de células que possuímos.  Sem esquecermos que temos dez vezes mais microrganismos do que células, pertencentes a centenas de espécies, vivendo simbioticamente em nosso organismo, também regulados pelo sistema imunológico que, por sua vez, é absolutamente sensível às influencias negativas do humor.
Essas considerações servem para mostrar a magnitude e a importância do conhecimento e da prática da psicossomática no âmbito da saúde. Por tudo isto o profissional de saúde, independente da sua área de atuação, especialização ou formação, deveria estar consciente dessas implicações para poder atuar, o melhor possível, diante de todas as queixas trazidas por seus clientes, evitando a simples supressão sem o bônus do autoconhecimento, advindo da ampliação simbólica do mesmo. Além de adquirir a flexibilidade do relacionamento humano e a capacidade de doação, onde os critérios técnicos são substituídos pela força da ligação afetiva em busca da cura, que equivale à integração dos opostos por meio do autoconhecimento, onde o natural pode se expressar livremente no normal ou, infelizmente, na atual normose coletiva.

WALDEMAR MAGALDI FILHO. Psicólogo, especialista em Psicologia Junguiana, Psicossomática e Homeopatia. 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Programação / Setembro 2015

Dia 07 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 01, 08, 15 e 22  (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários 
Dias 02, 09, 16, 23 e 30 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 02, 16 e 30 (4ªs feiras)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dias 09 e 23 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com CABOCLOS 
Dia 20 (domingo) - 17h - Gira Festiva
Dia 25 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo
Dia 29 (3ª feira)  - 19h - Palestra

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Programação / Agosto 2015

Dia 03 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 04, 11 e 18  (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários 
Dias 05, 12, 19 e 26 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 05 e 19 (4ªs feiras)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dias 12 e 26 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com CABOCLOS 
Dia 25 (3ª feira)  - 19h - Palestra
Dia 28 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo

domingo, 12 de julho de 2015

A Robotização da humanidade

O ser humano é um ser mutável que esta em constante evolução de sua espécie,  e sendo assim, a cada dia surgem novas necessidades que tem de ser sanadas para a que se tenha uma vida mais confortável  e cômoda.
A evolução do ser humano no decorrer da história acarretou imensas mudanças nas relações existentes entre o homem e o ambiente que o rodeia e também nas trocas interpessoais.
Em meio a esta geração na qual estamos inseridos, nos deparamos constantemente com avanços dos dispositivos de mediação da comunicação, que garantem uma interação fácil e muito prática.
O meio de comunicação entre os seres humanos deixa de ser apenas pelo contato direto entre os indivíduos, e passa a ter um equipamento tecnológico que tem o papel de mediar esta comunicação acarretando uma nova postura da humanidade a esse respeito.
Os avanços dos média fez com que o tráfego da informação desse uma grande salto, e a cada nova geração de equipamentos temos a evolução dos mecanismos que dão maior liberdade e poder ao homem sobre a máquina, que nos provoca a ilusão de controlarmos o material quando o que na verdade ocorre, por vezes, é o aprisionamento do ser à máquina.
Tornamo-nos dependentes dos dispositivos, transmitimos dados da nossa vida para eles gerirem, e  o tornamos assim uma extensão do nosso corpo, dando a eles um certo toque de humano, e esta aglutinação é feita em dupla via, pois nos tornemos também parte da máquina.
A sociedade vai nos impondo um modelo mais atual de dispositivos de média quase que diariamente e sempre munido de mensagens subliminares, incutido em nós a necessidade de consumir o que é mais novo, e que o que possuímos já esta ultrapassado,  e que não corresponderá a todas as  nossas necessidades.
A necessidade não surge de cada indivíduo,  e sim é imposta por uma indústria que rotula o que é a necessidade da humanidade naquele momento, e ao consumirmos o novo deitamos o que temos fora, causando uma produção de lixo tecnológico quase incalculável. Tudo isso pelo simples fato de o dispositivo que temos não nos dar mais a sensação de prazer e de completude por em fim suprimos todas as nossas eventuais necessidades.
Hoje não se é mais aceitável imaginar o ser humano vivendo sem seus complementos tecnológicos mediáticos, que funcionam como tentáculos facilitadores da vida cotidiana, o que leva cada vez mais a desumanização dos indivíduos e suas relações.

Patrícia Grigoletto

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Programação / Julho 2015


Dia 06 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 07, 14 e 21  (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários e do Evangelho
Dias 01, 08, 15, 22 e 29 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 01, 15 e 29 (4ªs feiras)  - 19h - Consulta com CABOCLOS
Dias 08 e 22 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dia 26 (domingo)  - 17h - Gira Festiva
Dia 28 (3ª feira)  - 19h - Palestra
Dia 31 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo

Agradecimentos à Demóstenes Damásio Bezerra

A nossa Fraternidade Espirita Cristã teve a honra de receber por mais um ano o nosso irmão Demóstenes Damásio Bezerra da Ordem Apostolar União Amor e Vitória, palestrante muito querido de todos nós, com a exposição sobre  "Síntese do Livro Missionários da Luz". Agradecemos os ensinamentos que foram compartilhados nesta noite tão agradável e de muita luz para todos os presentes. Desejamos que ele esteja sempre em nosso meio, disseminando esses conhecimentos tão preciosos acerca da Doutrina dos Espíritos. 


















domingo, 31 de maio de 2015

Programação / Junho 2015

Dia 01 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 02, 09, 16 e 23  (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários e do Evangelho
Dias 03, 10, 17 e 24 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 03 e 17 (4ªs feiras)  -  19h - Consulta com CABOCLOS
Dias 10 e 24 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dia 26 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo
Dia 30 (3ª feira)  - 19h - Palestra

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Salve os Pretos Velhos e Pretas Velhas


O Preto-Velho é uma entidade cultuada nas religiões afro-brasileiras, sendo espíritos de velhos africanos (homens e mulheres) que viveram nas senzalas maioritariamente como escravos e morreram de velhice.
Na Umbanda estas entidades apresentam-se estereotipadas: são anciãos negros, com o cachimbo na mão, grandes sábios, conhecedores da ervas e sua manipulação, bem como da magia divina.
No Cadomblé, são considerados Eguns (almas desencarnadas).
Na Umbanda, os Pretos-Velhos são homenageados no dia 13 de Maio, dia da abolição da escravatura, dia em que foi assinada a Lei Áurea.
O Preto-Velho é fruto de circunstâncias únicas que existiram no Brasil, sendo a mais carismática entidade dos terreiros de Umbanda.
Os escravos eram trazidos de África para o Brasil, e após a sua chegada pouco tempo sobreviviam. As árduas condições de vida, má alimentação, muito trabalho, falta de salubridade, resultavam numa média de vida de sete anos. Alguns conseguem sobreviver e alcançar uma idade avançada, e assim surge a figura deste escravo “Preto-Velho”, que personifica o patriarca da raça, com cabelos brancos, experiência de vida e uma enorme sapiência. O “Preto-Velho” é então o sábio que deve ser consultado, o sábio que deve ser ouvido, é aquele a quem se recorre quando se procura um conselho e uma orientação.
O Preto-Velho é uma entidade marcada pela tolerância, pela caridade e simplicidade, pelo amor ao seu semelhante.

OS PRETOS-VELHOS NOS TRABALHOS ESPIRITUAIS DE UMBANDA:
Nos trabalhos espirituais os médiuns incorporam entidades com diversos níveis de evolução, níveis evolutivos esses que se dividem em 3:

AS CRIANÇAS:
São chamadas de eres ou ibejis.
Representam a pureza e a inocência.
OS CABOCLOS:
Nestes incluem-se os boiadeiros, caboclos e caboclas. Representam a força e a coragem. Apresentam a forma de um adulto.
OS PRETOS VELHOS:
 Nestes se incluem os tios e tias, pais e mães, avôs e avós, todos na sua forma idosa, que representa o conhecimento e sabedoria, a fé.

NOMES DE ALGUNS PRETOS-VELHOS:
Os Pretos-Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Avó, Avô, no entanto são todos Pretos-Velhos, sendo que, os que são tratados por vovô ou vó são os mais velhos.
Os Pretos-Velhos apresentam-se com nomes que permitem identificar a sua nação de origem, tal como acontecia na época da escravidão (ex. Guiné, Moçambique…), seu orixá regente, evidenciando a sua actuação propriamente dita. Assim temos:
  • Aruanda:

Ex. Pai Francisco de Aruanda.
Aruanda significa “céu”. Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Oxalá.

  • Calunga, Cemitério ou das Almas:

Ex: Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Omulu/Obaluayê.

  • Congo:

Ex. Pai Francisco do Congo.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Iansã.

  • D’Angola:

Ex. Pai Francisco D’Angola.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Ogum.

  • Matas:


Ex: Pai Francisco das Matas.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Oxóssi.


Os Pretos-Velhos masculinos, nomeadamente são:
 Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Pai Jacó, Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Pai Maneco, Pai Mané,  Pai António, Pai Cipriano, Pai Roberto, Pai Tomás, Pai Guiné, Pai Jobim, Velho Liberato…

Os Pretos-Velhos femininos, nomeadamente são:
Maria Conga, Vó Catarina, Mãe Maria, Mãe Cambina; Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Mãe Cambinda, Vó Cecília, Vó Quitéria, Vó Ana….


Oração aos Pretos Velhos e Pretas Velhas


Preto Velho
Carreteiro de Oxalá
Bastão bendito de Zambi
Mensageiro de Obatalá
Meu pensamento eleva-se ao teu espírito e peço Agô.
Que tuas guias sejam o farol que norteie minha vida.
Que vossa pemba trace o caminho certo para todos os meus atos.
Que vossas palavras, tão cheias de compreensão e bondade, iluminem minha mente e meu coração.
Que teu cajado me ampare em meus tropeços.
Ontem te curvastes aos senhores...
Hoje, ajoelho-me aos teus pés pedindo que intercedas junto a Oxalá por mim e por todos que neste momento clamam por vós.
Maleme e paz sobre meu lar e que a luz divina de Obatalá se estenda pelo mundo.
E que o grito de todos os orixás sejam o sinal de vitória sobre todas as demandas de minha vida.
Maleme as almas.
Maleme para todos os meus inimigos, para que saiam do negrume da vingança.
E encontrem fonte fecunda e clara do amor e caridade.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Programação / Maio 2015

Dia 04 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 05, 12 e 19 (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários e do Evangelho
Dias 06, 13, 20 e 27 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias 06 e 20 (4ªs feiras)  -  19h - Consulta com CABOCLOS
Dias 13 e 27 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dia 17 (domingo) - 17h - Gira Festiva
Dia 26 (3ª feira)  - 19h - Palestra
Dia 29 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Ogum ( Zeca Pagodinho)


Eu sou descendente Zulu
Sou um soldado de Ogum
Um devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre

Sim vou à igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas nas batalhas
Sim vou ao terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça firmo ponto sim senhor
Eu canto pra Ogum

Ogum
Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais

Ogum
Ele vem de aruanda ele vence demanda de gente que faz

Ogum
Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz

Ogum
Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o dragão

Ogum
É quem da confiança pra uma criança virar um leão

Ogum
É um mar de esperança que traz a bonança pro meu coração

Deus adiante paz e guia
Encomendo-me a Deus e a virgem Maria minha mãe ..
Os doze apóstolos meus irmãos
Andarei nesse dia nessa noite
Com meu corpo cercado vigiado e protegido
Pelas as armas de são Jorge
São Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tendo pé não me alcancem
Tendo mãos não me pegue não me toquem
Tendo olhos não me enxerguem
E nem em pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo o meu corpo não alcançara
Facas e lanças se quebrem se o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem se ao meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é da Capadócia.

terça-feira, 14 de abril de 2015

9 Razões para Fazer Terapia

Uma pergunta muito comum que ouço com frequência no consultório é a respeito do fim da terapia. A avaliação de quanto tempo vai durar a terapia ou o que a terapia vai proporcionar em termos de mudança e autoconhecimento é tão variável quanto são os indivíduos.
Quando nós acumulamos uma vasta experiência clínica, como a que tive nestes mais de oito anos atendendo pessoas de todas as idades e lugares do Brasil e do mundo, não podemos de deixar de nos espantar como as pessoas são extremamente diferentes. Frequentemente nos esquecemos disso e achamos que “todo homem é igual”, que “toda mulher faz ou pensa assim” ou então pensamos que existem tipos ou grupos de pessoas parecidas.
A verdade é que a individualidade é um fato. Mesmo alguém perdido, que mais imita os outros do que tem sua própria perspectiva, ainda assim tem a sua imitação própria.
Voltando à nossa questão sobre as razões para se fazer uma terapia e – igualmente – de que modo termina ou para que fim vai, pesquisei em livros de diversos autores. Como sou um estudioso da obra de C. G. Jung, não podia deixar de escolher um trecho de seu livro “A Psicologia e a Alquimia” (no qual ele analisa mais de 800 sonhos de um paciente de sua clínica). Neste trecho, ele diz o seguinte:
“No processo analítico, isto é, no confronto dialético do consciente e do inconsciente constata-se um desenvolvimento, um progresso em direção a uma certa meta ou fim cuja natureza enigmática me ocupou durante anos a fio. Os tratamentos psíquicos podem chegar a um fim em todos os estágios possíveis do desenvolvimento, sem que por isso se tenha o sentimento de ter alcançado uma meta. Certas soluções típicas e temporárias ocorrem:
1) depois que o indivíduo recebeu um bom conselho;
2) depois de uma confissão mais ou menos completa;
3) depois de haver reconhecido um conteúdo essencial, até então inconsciente, cuja conscientização imprime um novo impulso à sua vida e às suas atividades;
4) depois de libertar-se da psique infantil após um longo trabalho efetuado;
5) depois de conseguir uma nova adaptação racional a condições de vida talvez difíceis ou incomuns;
6) depois do desaparecimento de sintomas dolorosos;
7) depois de uma mudança positiva do destino, tais como exames, noivado, casamento, divórcio, mudança de profissão, etc;
8) depois da redescoberta de pertencer a uma crença religiosa ou de uma conversão;
9) depois de começar a erigir uma filosofia de vida (“filosofia”, no antigo sentido da palavra”). Se bem que a esta enumeração possam ser introduzidas diversas modificações, ela define de um modo geral as principais situações em que o processo analítico ou psicoterapêutico chega a um fim provisório, ou às vezes definitivo  (JUNG, p. 18).
Podemos notar então 9 razões e 9 fins para a terapia. Como ele mesmo menciona, poderíamos fazer modificações a respeito de cada um destes pontos. Neste texto, pretendo comentar cada uma destas 9 razões com as minhas palavras e com a minha experiencia clínica.
Razão 1: Um conselho
No dia-a-dia é muito comum ouvirmos que o psicólogo pode dar um conselho que vai ajudar a resolver uma situação. A verdade é que os psicólogos não gostam muito de falar que dão conselhos, seja porque “se conselho fosse bom, não se dava…” ou porque a ideia de aconselhar é antiga e indica uma prática não científica. Poderíamos colocar uma outra palavra no lugar como uma dica, uma indicação, uma sugestão.
Um exemplo pessoal pode ajudar a deixar claro. Pouco antes de fazer psicologia, eu sentia dúvidas de qual faculdade fazer, pois todas pareciam muito interessantes. Em uma única consulta de Orientação Profissional, a psicóloga me deu o seguinte “conselho”: pense em cada uma das faculdades que você quer fazer e imagine se você gostaria de acordar pela manhã e ir trabalhar como sendo aquele profissional, digamos, psicólogo, jornalista, historiador, professor de literatura…
Este conselho bastou para que eu visse que, embora gostasse de todas aquelas disciplinas das ciências humanas, o lado profissional era fundamental para a minha decisão.
Razão 2: Uma confissão
Jung traz o termo confissão que era muito utilizado no contexto religioso (ainda é no meio católico). Para não misturarmos a religião aqui, podemos dizer que o que ele quer expressar é o que chamamos de desabafo: quando passamos por uma situação difícil emocionalmente e precisamos desabafar, ou seja, contar para alguém o que está se passando. Como em muitos casos é complicado contar para parentes ou amigos, o psicólogo pode cumprir este papel de ouvinte de um desabafo mais ou menos completo.
Após relatar tudo o que está passando em seu relacionamento, uma de minhas pacientes sentiu um alívio imenso e pode entender uma série de questões que a fizeram mudar o seu comportamento. De modo que ter colocado para fora (é sempre melhor para fora do que para dentro) foi fundamental para que ela melhorasse a sua qualidade de vida naquele momento.
Razão 3: Conscientização
O inconsciente é o desconhecido, ou seja, é o que nós não sabemos de nós mesmos, mas que, ainda assim, nos afeta diariamente e à noite nos sonhos. Em certas ocasiões da vida, como na adolescência, na passagem para a vida adulta e na metade da vida, notamos uma atividade do inconsciente que é maior do que outros períodos mais calmos. Isto não quer dizer que o inconsciente fique inativo por longos anos, mas apenas que os conflitos entre o consciente e o inconsciente são maiores ou menores.
Nestes períodos, reconhecer o que está faltando no ponto de vista da consciência é fundamental para a cura. Um de meus pacientes, depois do início da terapia, começou a conseguir conscientizar aspectos de sua personalidade que demonstravam uma grande tendência homossexual. Reconhecer este fato – que era visto de forma desagradável – foi o que lhe possibilitou aumentar o seu autoconhecimento e tomar a decisão que mudaria a sua vida.
Outra paciente, sempre fingindo ser a “boazinha”, a pessoa perfeita, mantinha dentro de si a sua própria sombra (sua raiva, seus desejos sexuais reprimidos, sua angústia). A tensão entre a perspectiva consciente e inconsciente estava tão grande que a estava incapacitando. Com isto, só a terapia pode fazer com que ela reconhecesse aspectos de si mesma que só via nas outras pessoas, pejorativamente.
Razão 4: Libertar-se da infância
Atualmente, vemos em nossa sociedade ocidental diversas pessoas que são adultas apenas na idade. Psiquicamente são tão crianças (no melhor dos casos adolescentes) que não assumem responsabilidades nem querer definir que rumo vão seguir. É neste sentido que Jung diz “libertar-se da psique infantil após um longo trabalho efetuado”, ou seja, conseguir seguir o desenvolvimento psíquico normal, que exige mais cedo ou mais tarde que rompamos a ligação simbiótica com os pais – e, mais frequentemente, com a mãe.
É muito comum vermos a diferença na maneira de lidar com o complexo familiar em uma família com 3, 4 irmãos. Alguns saem de casa rápido, casam-se logo e desligam-se da família de forma saudável e tranquila, enquanto outros nunca vão conseguir sair. A questão aqui não é que a pessoa tem que sair, mas a capacidade ou incapacidade de fazê-lo. Por exemplo, uma pessoa que quer ir fazer uma faculdade em outro estado (tem todas as condições) mas não faz por medo.
Razão 5: Sair de uma condição difícil
Muita gente procura o consultório porque está em um momento complicado. Podemos citar aqui muitas situações que causam sofrimento como o término de um relacionamento, o falecimento de alguém querido, mudança de cidade ou país, ou qualquer sofrimento psíquico que seja tão grande que paralise.
Uma de minhas pacientes perdeu um filho de apenas 8 anos. O garoto sofria de uma doença grave e o seu adoecimento foi rápido e imprevisível. Neste período, sem saber o que fazer (já que até o conforto de sua religião era indiferente), ela buscou a terapia para superar o processo de luto.
Razão 6: Livrar-se de sintomas incômodos
Ao ler livros de psicologia clínica, com relatos clínicos, podemos ver centenas de exemplos de sintomas estranhos, esquisitos, bizarros e até pouco comuns. Mas no dia-a-dia do consultório os sintomas psíquicos são frequentes e parecidos. Porém, para quem está com um sintoma, o sinto-mal (como diz Lacan) é muito ruim e atrapalha em muitas áreas, como na área profissional, de relacionamentos, área espiritual, etc.
Um sintoma comum que vemos no consultório nos dias de hoje são os pensamentos obsessivos, pensamentos repetidos e repetitivos, com os quais a pessoa não consegue lidar nem se safar. Quando, ao fazer a terapia, a pessoa finalmente consegue se livrar destes sintomas terríveis, a terapia chega ao seu fim.
Razão 7: Mudança no destino
Destino aqui não quer dizer nada místico. Podemos mudar tranquilamente para uma mudança nas condições de vida. Por exemplo, um paciente procura a terapia porque não sabe o que quer fazer em sua profissão. Não quer continuar na carreira, está desempregado e não sabe como se reencontrar. Quando (por uma mudança do “destino”) surge uma novíssima oportunidade – dentro da mesma carreira – mas com outras formas de atuação, a terapia está concluída. Neste caso, não quer dizer que são situações externas que vão fazer com que o processo terapêutico acabe, mas, ao ter a sua situação mudada, a nova possibilidade de vivência exterior acaba com a tensão interna anterior.
Razão 8: Encontrar ou reencontrar sua religião
Jung, ao contrário de muitos pesquisadores mais céticos, acreditava que todo ser humano tinha uma tendência a se encontrar espiritualmente.
Um grande problema que aparece na clínica é a respeito do sentido da vida, do sentido da existência, sobre o que acontece depois da morte e outras perguntas do gênero. Como é a religião o âmbito que oferece respostas a tais perguntas, quando, por si mesmo, o paciente encontra ou reencontra sua própria orientação religiosa, ele encontra o sentido para a sua vida. É muito comum, nestes momentos, vermos sintomas antigos ou que estão difíceis de serem reparados, desaparecerem por completo.
Razão 9: Encontrar a própria filosofia
Esta última razão é muito próxima da anterior. A diferença reside que encontrar a própria filosofia faz com que a dependência de uma instituição externa (como uma religião, um credo ou uma seita) não seja mais necessária. Pode ser que uma filosofia individual, um modo de encarar a vida e a relação com os demais se encaixe perfeitamente em uma orientação já existente em práticas ou ensinamentos religiosos. Nem sempre é o caso e é por isso que Jung o cita.
Por exemplo, um paciente, perdido em todos os sentidos, pode encontrar sua filosofia de vida na arte. Sendo um artista ou vivenciando a arte de outras pessoas, ele pode encontrar um jeito, uma ética ligada à estética, que será adequada para si mesmo.
De modo que estas são as principais causas e os principais fins que vivenciamos no nosso dia-a-dia como psicólogos clínicos.

Por Professor Felipe de Souza | Jung, Psicologia                                                                                         

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Ao irmão Thiago Brito

A Fraternidade Espírita Cristã agradece a Deus por nos ter dado a oportunidade de conhecer essa pessoa incrível.
Thiago Brito você nos proporcionou momentos de paz e reflexão com sua palestra encantadora.
Muita Paz e Muita Luz!!!!


Programação / Abril 2015

Dia 03 (6ª feira) - 09h  - Santa Ceia
Dia 06 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 07, 14 e 21 (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários e do Evangelho
Dias 01, 08, 15, 22 e 29 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias  01, 15  e 29 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dias 08 e 22 (4ªs feiras)  -  19h - Consulta com CABOCLOS
Dia 19 (domingo) - 17h - Gira Festiva
Dia 24 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo
Dia 28 (3ª feira)  - 19h - Palestra

terça-feira, 10 de março de 2015

Muita Luz e Muita Paz ao Mestre


Nossa homenagem ao Pai Rubens Saraceni
Internado no Hospital com uma doença grave partiu no dia 09 de março para dimensões mais elevadas e continuará seu trabalho incessantemente do outro lado....
Verdadeiro GUERREIRO DA LUZ, ensinou tanto e tanto fez pela UMBANDA SAGRADA, e hoje o TEMPLO DE ARUANDA, está em festa, pois seu filho mais ilustre e amado por todos está chegando....
Que seu ser seja protegido por toda Hierarquia Espiritual, que os Amados Orixás e os Tronados Maiores estejam lá para recepcioná-lo e dar boas vindas....


quarta-feira, 4 de março de 2015

Programação / Março 2015

Dia 02 (2ª feira) - 19h  - Prece pelos Desencarnados
Dias 03, 10, 17 e 24 (3ªs feiras) - 19h - Estudos Doutrinários e do Evangelho
Dias 04, 11, 18 e 25 (4ªs feiras) - 19h - Estudos do Evangelho
Dias  04  e 18 (4ªs feira)  - 19h - Consulta com PRETOS-VELHOS
Dias 11 e 25 (4ªs feiras)  -  19h - Consulta com CABOCLOS
Dia 27 (6ª feira)  - 19h - Descarga do Templo
Dia 31 (3ª feira)  - 19h - Palestra


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O contradito não dito vira interdito e transforma a relação em maldita!

Na prática de psicoterapia analítica, que exerço há mais de trinta anos, recebo recorrentemente pessoas em crise de relacionamento, consigo mesmas e nos âmbitos familiares, amorosos, sociais, corporativos e até religiosos. Quando começamos analisar a dinâmica das relações, recorrente e maciçamente, fica evidente a dificuldade de diálogo, entre o ego, geralmente enredado nas artimanhas mentais que negam tanto a sombra quanto a alma, e nas demais relações interpessoais, resultando em acúmulo de mal entendidos, contradições e ruídos de comunicação, produzindo sentimentos de mágoas, ressentimentos, culpas ou desejo de vingança. Tudo em função da dificuldade em expor o afeto contraditório que surgiu na relação, interditando as trocas e, consequentemente a vida.
Toda expressão de vida, em qualquer âmbito, depende da troca e, na realidade, do consumo de outra forma de vida, fator instintivo gerador de medos, por conta da necessidade de segurança territorial. Deve ser esta a causa de tanta ansiedade e resistências associadas às relações interpessoais. O medo, que deveria ser um instrumento para possibilitar a consciência crítica diante das escolhas da vida, se ficar ausente produzirá a loucura, o risco eminente da morte e, se aparecer em demasia, impossibilitará o fluir da vida. Por isso, aprender a mediar o medo, e continuar trocando, é a grande meta do sábio. Infelizmente, com a supremacia da razão e do materialismo, de forma iludida, as pessoas passaram a lidar com o medo por meio da fantasia de poder. O poder, por sua vez, pode manifestar-se de várias formas: como riqueza material, força física, armas, influência, beleza, conhecimento, títulos, habilidades, entre outras, mas todas elas são possibilidades estéreis que impedem a criatividade evolutiva.
Num primeiro momento, o poder pode abrandar o desconforto do medo, mas com o passar do tempo, a pessoa descobre que ele interditou a vida. Por isso que C. G. Jung, sabiamente, constantemente afirmava que na vaga do amor se instala o poder! O amor gera trocas e enaltece a vida, o poder gera ilusão de controle, com opressão e estagnação da vida. É nesta realidade que começa o trabalho analítico, possibilitando o livre pensar, sentir, perceber e intuir, em busca de um refinamento dialógico, para que aconteça a celebração da vida, que deve estar sempre bendita. O presente, que é  dádiva maior e divina, deve ser desfrutado a cada momento presente, sem deixar que o passado ou o futuro interfiram negativamente na realidade.
A capacidade de expressar os sentimentos contraditórios que surgem nas relações, consigo mesmo e com o entorno relacional, é o meio mais saudável, apesar de gerar tensões e até desconfortos momentâneos, para a conquista de relações virtuosas, amorosas e benditas. Mas, essa disponibilidade é para a minoria das pessoas, porque a grande massa, desde cedo, é treinada a viver aprisionada nas máscaras sociais, as personas, impostas pela família e sociedade, atuando pacificamente como meros observadores, preferencialmente ocupados em consumir o inútil, endividar-se e trabalhar para poder pagar as dívidas e continuar na roda do consumo, até morrer sem nunca ter tido a oportunidade de viver de fato. Por isso, quem conseguiu desencaixar-se desta dinâmica perversa, tem a obrigação de incomodar os encaixados, normoticamente, para que consigamos um futuro mais pleno de sentido e significado existencial.

*WALDEMAR MAGALDI FILHO. Psicólogo, especialista em Psicologia Junguiana, Psicossomática e Homeopatia. Mestre e doutor em Ciências da Religião. Autor do livro: "Dinheiro, Saúde e Sagrado"

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Carta Magna da Umbanda

Congresso Nacional de Umbanda

Deliberação para organização e formatação de documento oficial para a Religião de Umbanda, denominado de “Carta Magna de Umbanda”

O Congresso Nacional de Umbanda foi criado para o debate sobre assuntos de alta relevância para a religião. É hora de realizarmos um trabalho voltado a normatizações, o que não quer dizer codificação da Umbanda; entretanto, temos que ter um posicionamento único em relação à própria religião e seus posicionamentos sobre as diversas questões sociais, legais, culturais e humanas. É necessário que haja o comprometimento de todos para realizarmos uma plataforma de compreensão dentro do conceito religioso. Para tanto, segue abaixo a proposta inicial que está sendo discutida e melhorada por meio de todos os que se mostraram dispostos a participar, estando todos para isso convidados. O Congresso Nacional de Umbanda, proposto pelo Movimento Político Umbandista (MPU), teve seu lançamento em 17 de agosto de 2013, na Câmara Municipal de São Paulo, e será realizado no dia 17 de maio de 2015, no Santuário Nacional de Umbanda (Santo André – SP), respeitando todas as vertentes e linhas de estudo, de modo a não segregar ou discriminar nenhum tipo de opinião que não seja para enaltecer a religião e o documento.

Aprovada e instituída como documento referencial para a religião, a cada dois anos será convocado novo Congresso Nacional de Umbanda para reavaliação e aperfeiçoamento da Carta Magna de Umbanda, estando previsto o próximo, portanto, para o ano de 2017.

Não será colocado em pauta nenhum assunto de cunho litúrgico ou que faça parte de qualquer ritual, a não ser para enaltecer a unidade da diversidade da religião de Umbanda. Entende-se, assim, que existem na religião fundamentos que servem a todos, os quais devem ser identificados por todos como fonte da própria religião. Propõe-se uma “Carta Magna de Umbanda” que todos poderão assinar, dando à Umbanda uma referência única. Essa referência respeita os ditames da sublime forma de interpretação da base religiosa, tendo por objetivo final ser um documento nacional e internacional da religião, por meio do qual podemos nos diferenciar de trabalhos que não condizem com a essência da Umbanda.

Sabemos que muitos que não comungam de nossa fé acabam por interpretá-la de maneira errônea, dando conotações equivocadas que influenciam a opinião pública e a mídia. A Carta Magna de Umbanda protegerá nossos conceitos básicos, dando força a todas as casas que professam a fé religiosa de Umbanda.  A partir do documento, poderemos cobrar de órgãos governamentais e não governamentais, com mais identidade, que respeitem os direitos  religiosos e de liberdade de culto elencados na Constituição Brasileira, bem como a lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, contra a intolerância religiosa, dentre outros marcos legais.

O trabalho inicial foi apresentado em reunião dia 14 de abril de 2013, na rua Brigadeiro Jordão, 297, Ipiranga, São Paulo – SP, com participação de várias lideranças. Cada órgão federativo, representado pelos seus diretores, sacerdotes e lideranças se empenharam ajudando a trazer propostas para o Congresso Nacional de Umbanda. A direção dos trabalhos foi do MPU, com todos os presentes unidos com responsabilidade pela Umbanda.

O Congresso tem por finalidade agregar todas as vertentes, escolas, federações, templos, escritores, pensadores, imprensa, filósofos e outros que estão inseridos na religião de Umbanda com a finalidade de atingir a opinião pública sobre o que é Umbanda, sua cultura social, política e religiosa. Temos a responsabilidade de fundamentar um pensamento único em relação a vários pontos específicos.  Esses pontos são aspectos claros existentes em qualquer vertente da Religião de Umbanda e passam a ser uma forma de normatizar a base da religião. A normatização nada mais é do que uma forma de trazer a unidade, coerente e inteligente, para difundirmos a nossa religião, respeitando a liturgia e os estudos aplicados em cada vertente. Afinal, a Carta Magna de Umbanda propõe a união, não a unificação.

Após o lançamento oficial do Congresso Nacional de Umbanda na Câmara dos Vereadores de São Paulo – SP, no dia 17 de agosto de 2013, houve diversos fóruns em todo o Brasil e também em Leiria, Portugal (22 de novembro de 2014), nos quais inúmeras sugestões foram dadas e acolhidas para aperfeiçoar o documento.

Por necessidade de termos um órgão de âmbito nacional e internacional como regulador da Carta Magna de Umbanda, o Superior Órgão Internacional de Umbanda e dos Cultos Afros (SOI), sediado em Lages – SC, passa a cumprir esse papel, estando à frente deste trabalho. Dos demais órgãos federativos e/ou regionais contamos com a participação e o apoio necessários para a constituição e a oficialização deste documento.



CARTA MAGNA DA UMBANDA



Atualizada dia 21/10/2014 com o apoio dos mais de 4 mil templos espalhados pelo Brasil, federações, conselhos jurídicos e estudiosos.


A Umbanda é uma religião que crê na existência de um Deus único, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, eterno, imutável, imaterial, onipotente, onipresente soberanamente justo e bom, infinito em todas as Suas perfeições.

Cremos na existência dos Sagrados Orixás, responsáveis diretos por toda a criação do universo e sustento do planeta Terra, divindades e/ou denominações humanas para uma classe de Poderes Reinantes do Divino Criador.

Cremos na existência e comunicação mediúnica, por meio de medianeiros preparados para tal tarefa, em trabalhos caritativos em atendimentos fraternos dos Guias Espirituais.

Dando por verdade que a Umbanda teve contribuições positivas das religiões e/ou filosofias Espírita, Indígenas, Africanas, do Catolicismo popular e outras, entende-se que a Umbanda não se submete a nenhum dogma relacionado às religiões ou filosofias citadas.

Cremos no Mestre Jesus (sincretizado com Oxalá), pautando o aspecto doutrinário embasado nos seus ensinamentos de amor universal, seguindo o que foi anunciado pelo fundador da Umbanda, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, e nos ensinamentos dos inúmeros Espíritos Crísticos, os Mestres do Amor, como via evolutiva para se chegar a uma espiritualidade superior.

A Umbanda possui sacramentos e ritos próprios de batismo, casamento e fúnebre.

A Umbanda é uma religião de “Culto à Caridade”. Dá ênfase à simplicidade dos rituais, que permite a dedicação integral do tempo das sessões em atendimento fraterno aos que a ela recorrem. Nos atendimentos fraternos está o cerne do assistencialismo da Umbanda, sempre de forma caritativa.

Cremos na existência de sítios vibratórios da natureza (praias, matas, cachoeiras, pedreiras, montanhas, campos, lagoas, fontes, jardins, etc.), por onde os Sagrados Orixás manifestam-se energeticamente com mais intensidade, emanando magnetismos necessários à nossa sobrevivência, e aonde vamos constantemente promovendo concentrações para refazimento energético, harmonizações e captação de energias sublimes, nos reequilibrando com as forças da Mãe Natureza. A Umbanda reverencia a Mãe Natureza, por ser nela que se encontra a mais pura manifestação divina e também porque vamos buscar e nos harmonizar com as forças ali reinantes, sustentadoras de toda a forma de vida planetária, atraindo ainda forças do universo para complementar tais vibrações já existentes em nosso planeta, unindo assim, poderosas forças divinizadas existentes nos planos espirituais.

Os principais ritos da Umbanda são realizados por meio de orações, pontos cantados, que podem ser ritmados através de instrumentos musicais. A Umbanda realiza descarregos, com o uso de ervas em defumações, em banhos, em amacis e no uso ritualístico do tabaco. Tem ainda nos elementos minerais, formas condensadas de energias que são aproveitadas nestes ritos, tais como pedras, cristais, metais, incluindo a energia essencial dos quatro elementos básicos da natureza.

A Umbanda atua na elevação e educação religiosa e na evolução dos espíritos, praticando trabalhos que visam ao progresso do ser humano, direcionando a reforma íntima por meio dos postulados de Jesus, da vibração dos Orixás e dos ensinamentos dos Mestres Iluminados de todos os tempos, que são ensinados pelos Guias Espirituais que se manifestam nos templos de Umbanda.

Entende-se que a religião de Umbanda é genuinamente brasileira, com duas características em sua origem:

         Primeira:

É milenar porque seus fundamentos são os mesmos que presidiam o reencontro com Deus desde o início da raça humana em nosso planeta.

Cósmica porque seus fundamentos culminaram com a união preconizada pelo Movimento Umbandista dos quatro pilares do conhecimento humano, que são Filosofia, Ciência, Religião e Arte.

Evolutiva em suas manifestações porque a Umbanda se manifesta em seu dia a dia, utilizando todos os recursos positivos existentes no ontem, no hoje e, com certeza, se valerá dos que vierem no amanhã.

Crística porque os seus aspectos, princípios, postulados e finalidades estão calcados nos ensinamentos dos Mestres da Luz, principalmente no Mestre Jesus, sendo a manifestação e a vivência do Evangelho Redentor, aceitando tudo o que é bom e rejeitando tudo o que não eleva e encaminha ao crescimento e desenvolvimento do ser humano.

Brasileira em suas origens. Como prática religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil e hoje também em todo o mundo.

Segunda:

Foi instituída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de Zélio Fernandino de Moraes, em 15 de Novembro de 1908, em Neves/Niterói, anunciando pela primeira vez o termo “Umbanda”, como designativo de religião. Na mesma noite, revelou-se um Guia Espiritual, apresentando-se como Pai Antônio: era a presença de um Preto-Velho, a sacralização de um representante de origem afro na Umbanda.

Umbanda é sinônimo de prática religiosa e caritativa, não tendo cobrança como uma de suas práticas usuais; não se permite retribuição financeira pelos atendimentos fraternos ou pelos passes realizados. Damos de graça o que de graça recebemos. Mas é lícito o chamamento dos médiuns e das pessoas que frequentam os terreiros para contribuírem para a manutenção do mesmo ou para a realização de eventos de cunho religioso e assistencial aos mais necessitados. Vivemos para a Umbanda, porém precisamos criar mecanismos, como qualquer religião, de proporcionar o crescimento de nossos templos. Outrossim, visando à manutenção, ao conforto e ao bem estar dos seus frequentadores, a critério de cada templo, é facultada a cobrança de contribuições (mensalidades e outros) aos filiados, sem que haja discriminação ou preconceito para com aqueles que não possam retribuir.
No caso específico de sacerdotes/sacerdotisas umbandistas que passaram a dedicar-se integralmente ao culto, em determinadas situações e regiões, cobrando, por exemplo, pelo jogo de búzios, em casas onde o mesmo é praticado, nunca devem deixar de atender àqueles que não podem pagar pelas consultas. Além disso, as sessões (giras) devem permanecer públicas e gratuitas, pautadas pela caridade e pela doação dos médiuns, inclusive e principalmente do sacerdote/da sacerdotisa umbandista.

A Umbanda não pratica o corte ritual de animais (embora o compreenda e respeite como fundamento de outras religiões, inclusive com o tradicional aproveitamento para ceia comunal) quer para assentamentos espirituais/vibracionais, quer para homenagear Orixás, Guias Espirituais, Exus e Pombas-Gira, quer para fortificar mediunidades, ou mesmo em processos ofertatórios ou demandatórios para obtenção de favores de qualquer ordem, pois recorre às orações, descarregos (desobsessões), ou, se preciso, oferendas votivas de flores, bebidas, frutos, sucos, chás, alimentos, incensos e velas A oferenda votiva, além de operação espiritual/vibracional, é também uma reverência espontânea aos Sagrados Orixás e é recomendada a sua prática aos seus fiéis.

A Umbanda reconhece as derivações oriundas de seu cruzamento com outras religiões, ocasionadas pela diversidade religiosa no Brasil. Várias vertentes da Umbanda foram se formando e consolidando com o passar dos anos, agregando a elas mesmas práticas oriundas de outras religiões, sendo, entretanto, todas galhos de uma mesma árvore e, desse modo, a Umbanda se posiciona totalmente contra qualquer forma de discriminação a elas, em conformidade com a lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, e ao conjunto da legislação vigente sobre esse tema.



A UMBANDA É: DOAÇÃO, CARIDADE, COMPROMISSO, PROSPERIDADE E HUMILDADE.

Doação

A Umbanda tem no voluntariado a forma de crescimento natural da religião, onde a participação é fundamental. É por meio da doação que o medianeiro aprende a valorizar seu templo e socializa-se com seus irmãos.

Caridade

A ação caritativa é uma das formas de elevação do espírito. Fora da caridade não existe a compreensão da missão evolutiva do religioso de Umbanda. A caridade é a expressão máxima do aprendizado religioso em sua plenitude pelo médium de Umbanda.

Compromisso

A Umbanda tem no médium compromissado com o bem, com a verdade, com a lealdade, com a caridade, com a entrega pessoal, com o respeito, a essência do verdadeiro religioso como forma de evolução.

Prosperidade

Dizem os Espíritos: “Conquistará tudo com o suor do seu rosto”. Ainda nos alertam: “Não venham pedir à espiritualidade aquilo que é da sua competência”. A prosperidade se dá pela honestidade, pelo esforço, conhecimento e trabalho individual, onde, amparado por sua fé e merecimento, o indivíduo conquistará seus objetivos.

Humildade

O religioso de Umbanda tem como base espiritual sua humildade, entendendo que ele, médium, não é melhor que ninguém, mas, sim, tem uma responsabilidade maior e um compromisso como instrumento da Espiritualidade em transmitir as mensagens de Luz passadas pelos planos elevados. Na Umbanda existe uma hierarquia espiritual que orienta os trabalhos, com Dirigentes Espirituais, Médiuns e Auxiliares; porém, todos sabemos que no plano material somos em todos os momentos aprendizes e professores e todos nós estamos em constante aprendizado, não sendo ninguém melhor do que o outro, apenas com funções e responsabilidades diferentes. Entendemos que quem deve ser glorificado é Deus e a Espiritualidade, nunca o medianeiro!



PRECONCEITO ÉTNICO

A Umbanda é uma religião brasileira e, assim como seu povo, miscigenada, existindo a representação de várias etnias. A Umbanda é o exemplo inter-étnico e responde por ela mesma, pois tem em sua base o negro, o indígena, o europeu e o oriental. Mostra-se como exemplo de cultura e educação, coibindo qualquer forma preconceituosa. O preconceito racial é, antes de tudo, uma demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das leis divinas. Aquele que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra característica étnica viola a regra de ouro presente nas mais diversas tradições espirituais e religiosas, "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.


ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO

Na Umbanda todo ser humano é visto como irmão (ã) espiritual, sendo aceita qualquer orientação sexual e identidade de gênero. Assim a religião entende e acolhe espíritos, e não o gênero ou a sexualidade. Discriminação e preconceito não são ensinados pelos nossos Guias, entendendo que a Umbanda acolhe a todos. Encarnamos com propósitos e meios para alcançá-los, sendo fundamental respeitarmos a condição de cada indivíduo. Homossexualidade e transexualidade são questões de foro pessoal.

CASAMENTO

Para a Umbanda, tão bela quanto a sabedoria de Deus transmitida pelos Guias Espirituais e nossa missão para com Eles, conosco e com o próximo, é o sacramento do casamento. Os encontros espirituais de dois seres carnais contribuem para os alicerces da sociedade. O casamento deve se dar por amor e livre arbítrio, onde o casal é orientado e acolhido também espiritualmente. Para a Umbanda é irrelevante a heterossexualidade, a homossexualidade, a transexualidade ou se uma das partes não é propriamente umbandista. Reservamos a todos direitos iguais de matrimônio sejam heterossexuais, homossexuais, transexuais e casais onde um dos cônjuges é de uma orientação religiosa diferente. Unimos espíritos em sua base carnal passageira, sem impor quaisquer condições financeiras, étnicas etc. Compreendemos que o casamento religioso funciona como base espiritual para uma família e tanto o corpo mediúnico quanto a assistência têm o direito a este sacramento.


ADOÇÃO

O posicionamento da Umbanda não é apenas favorável, mas também incentivador à adoção. O acolhimento físico, moral e espiritual daquele a ser adotado, sempre levando em consideração as condições dos pais, é o de respeito, carinho, amor e proteção, para o resgate da criança/do adolescente e sua inserção nos princípios de cidadania, favorecendo-o a ser consciente de suas responsabilidades e voltado para a prática do bem. Esse ser humano (assim como aqueles que serão seus pais) precisa de compreensão de sua condição humana e espiritual. Acreditamos no mesmo direito por parte de pais e mães heterossexuais, homossexuais e transexuais, pois a amplitude desse ato não se reserva à condição sexual ou de gênero, e sim ao resgate cármico em condições tanto materiais quanto emocionais para a educação da criança e do adolescente.


DIVÓRCIO

Conselheiros espirituais umbandistas não incentivam o divórcio, porém não compactuam com o relacionamento aparentemente feliz, mas com o espírito abalado pelo ódio, pelo sofrimento, pela falta de amor, que, por muitas vezes, pode causar riscos à integridade física, moral e espiritual a um dos cônjuges ou ao casal, e, por consequência, traumatizar familiares, filhos e amigos. O casamento se dá por afinidade mútua das pessoas, baseadas em lealdade, respeito e amor. O casamento indissolúvel é criação humana, por dogmas religiosos e/ou de ordem social e econômica. Na Umbanda, acredita-se que o carma do casal pode ser breve ou durar uma vida inteira, de acordo com o que sua própria missão espiritual determina, e não se impõe uma convivência de infelicidade ou violência. O casamento em âmbito espiritual deve ser por livre escolha, preservando a integridade do ser humano, jamais sendo proibido para, em sua jornada, encontrar aquele (a) que possa ser seu (sua) companheiro (a) até o desencarne ou após. Na Umbanda, o matrimônio também é assegurado como direito àqueles que já se divorciaram.



CRIANÇAS NA UMBANDA

Assim como as sessões umbandistas recebem as falanges dos Erês (Ibejada) e reconhecem a sua inocência como importante missão de transmitir a médiuns e assistidos a alegria pura da vida na vibração desta poderosa força infantil, assim reconhecemos as crianças levadas às sessões como importante processo de sua própria formação espiritual, garantindo a elas o direito do conhecimento dentro da Umbanda da mensagem universal de Jesus, sincretizado com Oxalá, com sua magnitude em Deus e nos Orixás, para o atendimento mediúnico, para batizado, passes e desenvolvimento, o respaldo moral, físico e espiritual contra todas as formas de violência. Incentivamos a criança para que ela reconheça desde cedo sua importância, seu valor e seu caráter, concedendo a ela o direito de livre escolha pela sua pureza, trabalhando dentro de nossas crenças, para que tenha amparo sempre.


IDOSOS NA UMBANDA

Assim como a Umbanda presta reverência redobrada aos chamados Orixás “decanos” ou “mais velhos” (em especial, Oxalá, Obaluaê e Nanã) e aos Pretos-Velhos, preconiza o respeito, o amparo e a assistência aos idosos, no âmbito familiar e social, com base no amor, na caridade, no reconhecimento e na legislação em vigor, em especial o Estatuto do Idoso.

PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Na Umbanda, nenhuma pessoa portadora de necessidades especiais (congênita ou adquirida) é privada de acolhimento ou desenvolvimento mediúnico. Compreendemos que as deficiências se restringem à carne e não ao espírito, portanto as limitações do corpo material se tornam nulas, mediante nossa fé e o Plano Espiritual.        Como disseminadores de amor ao próximo, não nos cabe desmerecer ou restringir quaisquer que sejam as condições físicas, mentais ou psicológicas de um irmão, pois somos livres de julgamentos e permitimos que todos aqueles que buscam a doutrina umbandista sejam tratados com igualdade e respeito.
Aos dirigentes de Templos e Federações pede-se privilegiar a acessibilidade, conforme a caridade, o bom senso e as leis vigentes.


PRESERVATIVOS E MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

A Umbanda apoia o uso de preservativos e métodos contraceptivos, como meios de proteção contra DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e prevenção de gravidez indesejada. Cada qual deve saber e escolher o momento de gerar um novo ser, que necessitará de compreensão, educação e discernimento ao longo de sua vida. Nesse sentido, o uso de métodos contraceptivos é um modo de proteger a vida, não da vida. O uso do contraceptivo é aceito pela religião da Umbanda, pois respeita o livre arbítrio, o controle de natalidade e o planejamento familiar.

ABORTO

A Umbanda é contra a prática do aborto.
Na Umbanda entende-se que a partir da concepção já existe vida, um Espírito que anseia por sua evolução. As observações dos resgates espirituais, por meio dos acontecimentos, necessitam ser levados em consideração. Há falta sempre que transgredimos a Lei de Deus. Um pai e uma mãe, ou quem quer que seja que provoque o aborto, em qualquer período da gestação, cometerá transgressão, porque isso impede o espírito de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.
Dado o caso onde o nascimento da criança coloque em perigo a vida da mãe, é preferível, por bom senso, manter a vida da genitora.
O aconselhamento direto com os Guias Espirituais é fundamental para que as ações baseiem-se sempre na Espiritualidade e na particularidade de cada situação.
Caso ocorra ou tenha ocorrido o aborto por decisão de qualquer natureza, a Umbanda jamais condenará os envolvidos, ocupando-se, antes, em acolhê-los e prestar-lhes conforto espiritual.

DROGAS

Todos que recorrem aos terreiros de Umbanda encontrarão o lado assistencialista. O dependente químico deve ser tratado sem aspectos preconceituosos, tendo total assistência por parte da religião de Umbanda.

A Umbanda respeita a vontade do indivíduo em buscar e aceitar o tratamento espiritual. Devem ser observados e respeitados nos tratamentos o lado psicológico, o comprometimento químico e a atenção espiritual para o dependente e sua família.


EUTANÁSIA / DISTANÁSIA/ ORTOTANÁSIA / SUICÍDIO / HOMICÍDIO/ ASSASSINATO

A Umbanda, por valorizar a vida, nos aspectos terreno e espiritual, entende que a passagem deve ser natural, respeitando a Lei do carma e aprendizados importantes ao Espírito.
Só o Criador, através de Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência, sabe o momento do desenlace carnal de qualquer indivíduo.
Ortotanásia é a morte natural do ser sem a utilização de meios artificiais ou qualquer interferência humana.
Mesmo no caso em que a morte é inevitável e em que a vida não é abreviada senão por alguns instantes, a Eutanásia é sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Divino Criador.
Práticas que atentam contra a vida, humana ou animal, não são aceitas pela Umbanda.
Homicídio cometido por um agente público ou profissional (segurança ou policial) no exercício de sua profissão não possui ônus espiritual sob tais fatos, pois o Estado passa a ser responsável. Nesse caso, podemos muitas vezes entender que o profissional é apenas um agente da espiritualidade executando as leis do Carma.
Distanásia, do ponto de vista clínico e espiritual, não fere o conceito religioso de Umbanda pelo fato de tentar prolongar a vida do ser.






VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

         A Umbanda não aceita qualquer forma de violência doméstica, atendendo aos parâmetros da legislação vigente com destaque para os Estatutos do Idoso e da Criança e do Adolescente, Leis de proteção à mulher e a Carta das Nações Unidas (ONU), segundo os quais os direitos da pessoa humana devem ser preservados.


O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE

A Umbanda defende o direito de igualdade, sendo que a mulher deve ocupar qualquer posição na sociedade, com o mesmo tratamento.
As mulheres na Umbanda estão em todos os níveis hierárquicos da religião, inclusive na curimba, não apenas no canto, mas também no toque.


PEDOFILIA / MAUS TRATOS

A Umbanda não aceita qualquer forma de ato que atente contra a criança e o adolescente, em especial os casos de pedofilia e maus tratos e defende que as leis já estabelecidas devam ser aplicadas.
Pessoas que possuem desvio de conduta em relação a crianças e adolescentes podem estar obsedadas e necessitam de orientação espiritual e acompanhamento psicológico, além de se submeterem à aplicação das leis civis.

POSICIONAMENTO E ÉTICA EM RELAÇÃO À UMBANDA E OUTRAS RELIGIÕES

A Umbanda traz em si a base religiosa que deve ser respeitada: amar, respeitar, não julgar, não caluniar, atuar sempre com verdade, na base do bem, da educação e da elevação.
O posicionamento ético em qualquer religião deve se basear em tais atributos, manifestado pelo verdadeiro religioso de Umbanda.

Sobre a questão inter-religiosa, a Umbanda respeita todas as religiões e busca o Estado Laico, não discriminando nenhum tipo de manifestação religiosa que vise ao respeito e à evolução do ser humano.
Cremos na afirmação de que as religiões constituem os diversos caminhos de evolução espiritual que conduzem a Deus.


SOBRE OS MÉDIUNS E ASSISTIDOS

Os médiuns e assistidos em geral são vistos como religiosos e devem agir como tal, com fé em Deus, nos Orixás e Guias Espirituais, possuir os atributos da Fé, amar seu semelhante, não julgar, jamais caluniar, ser pacificadores, estar a serviço do bem e jamais utilizar o seu conhecimento de forma torpe.
Esses atributos são posicionamentos éticos para todos que comungam da fé umbandista.


EDUCAÇÃO ESCOLAR

A Umbanda indica a inclusão nas matérias de filosofia, história, sociologia, antropologia e outras o estudo da Carta Magna de Umbanda como fonte didática e como ponto de partida para o diálogo inter-religioso. Assim como as demais religiões, a Umbanda passa a ter um documento que esclarece de forma objetiva, seus postulados.


DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

A Doutrina umbandista vê com bons olhos a doação de órgãos.
Fazemos das palavras do médium espírita Chico Xavier as nossas. Perguntaram a Chico Xavier se os Espíritos consideram os transplantes de órgãos prática contrária às leis naturais. Chico respondeu: “Não. Eles dizem que assim como nós aproveitamos uma peça de roupa que não tem utilidade para determinado amigo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede essa peça de roupa, é muito natural, aos nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com segurança e proveito”.
Mesmo que a separação entre o espírito e o corpo físico não tenha se completado, como nos casos de morte cerebral, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos ao espírito doador. A doação de órgãos não é contrária às Leis da Natureza, porque beneficia outras pessoas e o próprio espírito do doador em sua evolução espiritual e, além disso, é uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos no plano material, colocando-os a serviço de vários necessitados.
O mesmo se dá em relação à doação de sangue, medula e qualquer tecido orgânico que venha proporcionar ajuda ao semelhante. A Umbanda, assim como qualquer religião, necessita incentivar a prática de doação para amparar milhões de irmãos necessitados pelo mundo.

         CREMAÇÃO

Nada aventamos fundamentalmente contra a cremação.
A cremação é legítima para todos aqueles que a desejam, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em ambiente frio. Esse período é necessário, pois existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o tônus vital, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda o Espírito solicita para as sensações da existência material.
O sepultamento ou a cremação nada mais representam, para o espírito, que a desagregação mais lenta ou mais rápida das estruturas entretecidas em agentes físicos, das quais se libertou.

         CONCEITOS – UMBANDA NA DEFESA DA NATUREZA, NO MUNDO E NO CAMPO JURÍDICO

A Umbanda é um conjunto de leis que regem a vida e a harmonia do Universo. Como religião ou como ciência, na Umbanda, tanto na prática ritualística material como na esfera espiritual das comunidades umbandistas, só se conhece uma hierarquia espiritual: a da evolução de cada Espírito nos diversos planos da Criação e a vibratória estabelecida pelo mérito de cada um. A par do conhecimento perfeito da vida, a Umbanda aproveita o ambiente material fornecido pela vibração humana para abrir o verdadeiro caminho da sabedoria onde se aprende que a verdade ou a realidade final do Universo é imutável. Dentro da concepção de que o aproveitamento material fornecido pelo homem é força ativa indispensável à realização da Umbanda, sobre o médium é que repousa integral responsabilidade, somente excedida pela sua própria compreensão quanto à missão que lhe é, por escolha, concedida.
A Umbanda é uma síntese expressiva de Amor, Sabedoria, Respeito, Tolerância e Renúncia, como nos ensina Jesus e nos apresentam outros tantos Mestres Crísticos em vários momentos da História e em culturas tão diversas. O umbandista se utiliza da religião como meio de progresso e defesa, mas nunca como instrumento de ataque.
A Umbanda está em vários países, levando a paz e a elevação de uma religião que defende os direitos pela igualdade, respeitando a pluralidade de cada nação. As bases da Carta Magna de Umbanda são o registro dos princípios seguidos por religiosos de Umbanda pelo mundo.
A Umbanda, como religião ecológica, tem em seus seguidores os defensores da Natureza. Entendemos que os Sagrados Orixás manifestam-se magneticamente com mais intensidade nos sítios vibratórios da Natureza, aonde vamos constantemente, promovendo concentrações para refazimento energético, harmonizações e captação de energias sublimes, nos reequilibrando com as forças da Mãe Natureza.
As oferendas votivas realizadas pelos umbandistas no seio da Natureza, além de simples, são todas efetuadas com materiais biodegradáveis, que rapidamente se incorporarão ao meio ambiente. A religião de Umbanda defende a natureza, preza pelas matas, mares, rios, cachoeiras, nascentes. Preza pela fauna e flora, contribuindo, assim, com os tratados internacionais de preservação da natureza indicando a necessidade de meios de desenvolvimento que não a agridem.
A Carta Magna de Umbanda sugere e defende a necessidade de organização jurídica e administrativa no que diz respeito à organização dos Templos e Federações.

         CANDIDATOS À POLÍTICA NA UMBANDA

A Umbanda solicita que todo candidato que se apresente dentro da religião assine documento público com o compromisso de seguir a Carta Magna de Umbanda, assumindo sua posição, expondo-a em seu próprio site, blog e em suas redes sociais e entendendo que este documento protege a religião de oportunistas e pessoas mal intencionadas.
Por outro lado, os umbandistas apontar qualquer tipo de possível desvio de comportamento do eventual representante da religião.
Os representantes políticos se comprometem a não interferir na conquista de direitos individuais e coletivos baseados em pressupostos religiosos da Umbanda.