O ser humano é um ser mutável que esta em constante evolução
de sua espécie, e sendo assim, a cada dia surgem novas necessidades que
tem de ser sanadas para a que se tenha uma vida mais confortável e
cômoda.
A evolução do ser humano no decorrer da história acarretou
imensas mudanças nas relações existentes entre o homem e o ambiente que o
rodeia e também nas trocas interpessoais.
Em meio a esta geração na qual estamos inseridos, nos
deparamos constantemente com avanços dos dispositivos de mediação da
comunicação, que garantem uma interação fácil e muito prática.
O meio de comunicação entre os seres humanos deixa de ser
apenas pelo contato direto entre os indivíduos, e passa a ter um equipamento
tecnológico que tem o papel de mediar esta comunicação acarretando uma nova
postura da humanidade a esse respeito.
Os avanços dos média fez com que o tráfego da informação
desse uma grande salto, e a cada nova geração de equipamentos temos a evolução
dos mecanismos que dão maior liberdade e poder ao homem sobre a máquina, que
nos provoca a ilusão de controlarmos o material quando o que na verdade ocorre,
por vezes, é o aprisionamento do ser à máquina.
Tornamo-nos dependentes dos dispositivos, transmitimos dados
da nossa vida para eles gerirem, e o tornamos assim uma extensão do
nosso corpo, dando a eles um certo toque de humano, e esta aglutinação é
feita em dupla via, pois nos tornemos também parte da máquina.
A sociedade vai nos impondo um modelo mais atual de
dispositivos de média quase que diariamente e sempre munido de mensagens
subliminares, incutido em nós a necessidade de consumir o que é mais novo, e
que o que possuímos já esta ultrapassado, e que não corresponderá a todas
as nossas necessidades.
A necessidade não surge de cada indivíduo, e sim é
imposta por uma indústria que rotula o que é a necessidade da humanidade
naquele momento, e ao consumirmos o novo deitamos o que temos fora, causando
uma produção de lixo tecnológico quase incalculável. Tudo isso pelo simples
fato de o dispositivo que temos não nos dar mais a sensação de prazer e de
completude por em fim suprimos todas as nossas eventuais necessidades.
Hoje não se é mais aceitável imaginar o ser humano vivendo
sem seus complementos tecnológicos mediáticos, que funcionam como tentáculos
facilitadores da vida cotidiana, o que leva cada vez mais a desumanização dos
indivíduos e suas relações.
Patrícia Grigoletto