sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O contradito não dito vira interdito e transforma a relação em maldita!

Na prática de psicoterapia analítica, que exerço há mais de trinta anos, recebo recorrentemente pessoas em crise de relacionamento, consigo mesmas e nos âmbitos familiares, amorosos, sociais, corporativos e até religiosos. Quando começamos analisar a dinâmica das relações, recorrente e maciçamente, fica evidente a dificuldade de diálogo, entre o ego, geralmente enredado nas artimanhas mentais que negam tanto a sombra quanto a alma, e nas demais relações interpessoais, resultando em acúmulo de mal entendidos, contradições e ruídos de comunicação, produzindo sentimentos de mágoas, ressentimentos, culpas ou desejo de vingança. Tudo em função da dificuldade em expor o afeto contraditório que surgiu na relação, interditando as trocas e, consequentemente a vida.
Toda expressão de vida, em qualquer âmbito, depende da troca e, na realidade, do consumo de outra forma de vida, fator instintivo gerador de medos, por conta da necessidade de segurança territorial. Deve ser esta a causa de tanta ansiedade e resistências associadas às relações interpessoais. O medo, que deveria ser um instrumento para possibilitar a consciência crítica diante das escolhas da vida, se ficar ausente produzirá a loucura, o risco eminente da morte e, se aparecer em demasia, impossibilitará o fluir da vida. Por isso, aprender a mediar o medo, e continuar trocando, é a grande meta do sábio. Infelizmente, com a supremacia da razão e do materialismo, de forma iludida, as pessoas passaram a lidar com o medo por meio da fantasia de poder. O poder, por sua vez, pode manifestar-se de várias formas: como riqueza material, força física, armas, influência, beleza, conhecimento, títulos, habilidades, entre outras, mas todas elas são possibilidades estéreis que impedem a criatividade evolutiva.
Num primeiro momento, o poder pode abrandar o desconforto do medo, mas com o passar do tempo, a pessoa descobre que ele interditou a vida. Por isso que C. G. Jung, sabiamente, constantemente afirmava que na vaga do amor se instala o poder! O amor gera trocas e enaltece a vida, o poder gera ilusão de controle, com opressão e estagnação da vida. É nesta realidade que começa o trabalho analítico, possibilitando o livre pensar, sentir, perceber e intuir, em busca de um refinamento dialógico, para que aconteça a celebração da vida, que deve estar sempre bendita. O presente, que é  dádiva maior e divina, deve ser desfrutado a cada momento presente, sem deixar que o passado ou o futuro interfiram negativamente na realidade.
A capacidade de expressar os sentimentos contraditórios que surgem nas relações, consigo mesmo e com o entorno relacional, é o meio mais saudável, apesar de gerar tensões e até desconfortos momentâneos, para a conquista de relações virtuosas, amorosas e benditas. Mas, essa disponibilidade é para a minoria das pessoas, porque a grande massa, desde cedo, é treinada a viver aprisionada nas máscaras sociais, as personas, impostas pela família e sociedade, atuando pacificamente como meros observadores, preferencialmente ocupados em consumir o inútil, endividar-se e trabalhar para poder pagar as dívidas e continuar na roda do consumo, até morrer sem nunca ter tido a oportunidade de viver de fato. Por isso, quem conseguiu desencaixar-se desta dinâmica perversa, tem a obrigação de incomodar os encaixados, normoticamente, para que consigamos um futuro mais pleno de sentido e significado existencial.

*WALDEMAR MAGALDI FILHO. Psicólogo, especialista em Psicologia Junguiana, Psicossomática e Homeopatia. Mestre e doutor em Ciências da Religião. Autor do livro: "Dinheiro, Saúde e Sagrado"

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Carta Magna da Umbanda

Congresso Nacional de Umbanda

Deliberação para organização e formatação de documento oficial para a Religião de Umbanda, denominado de “Carta Magna de Umbanda”

O Congresso Nacional de Umbanda foi criado para o debate sobre assuntos de alta relevância para a religião. É hora de realizarmos um trabalho voltado a normatizações, o que não quer dizer codificação da Umbanda; entretanto, temos que ter um posicionamento único em relação à própria religião e seus posicionamentos sobre as diversas questões sociais, legais, culturais e humanas. É necessário que haja o comprometimento de todos para realizarmos uma plataforma de compreensão dentro do conceito religioso. Para tanto, segue abaixo a proposta inicial que está sendo discutida e melhorada por meio de todos os que se mostraram dispostos a participar, estando todos para isso convidados. O Congresso Nacional de Umbanda, proposto pelo Movimento Político Umbandista (MPU), teve seu lançamento em 17 de agosto de 2013, na Câmara Municipal de São Paulo, e será realizado no dia 17 de maio de 2015, no Santuário Nacional de Umbanda (Santo André – SP), respeitando todas as vertentes e linhas de estudo, de modo a não segregar ou discriminar nenhum tipo de opinião que não seja para enaltecer a religião e o documento.

Aprovada e instituída como documento referencial para a religião, a cada dois anos será convocado novo Congresso Nacional de Umbanda para reavaliação e aperfeiçoamento da Carta Magna de Umbanda, estando previsto o próximo, portanto, para o ano de 2017.

Não será colocado em pauta nenhum assunto de cunho litúrgico ou que faça parte de qualquer ritual, a não ser para enaltecer a unidade da diversidade da religião de Umbanda. Entende-se, assim, que existem na religião fundamentos que servem a todos, os quais devem ser identificados por todos como fonte da própria religião. Propõe-se uma “Carta Magna de Umbanda” que todos poderão assinar, dando à Umbanda uma referência única. Essa referência respeita os ditames da sublime forma de interpretação da base religiosa, tendo por objetivo final ser um documento nacional e internacional da religião, por meio do qual podemos nos diferenciar de trabalhos que não condizem com a essência da Umbanda.

Sabemos que muitos que não comungam de nossa fé acabam por interpretá-la de maneira errônea, dando conotações equivocadas que influenciam a opinião pública e a mídia. A Carta Magna de Umbanda protegerá nossos conceitos básicos, dando força a todas as casas que professam a fé religiosa de Umbanda.  A partir do documento, poderemos cobrar de órgãos governamentais e não governamentais, com mais identidade, que respeitem os direitos  religiosos e de liberdade de culto elencados na Constituição Brasileira, bem como a lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, contra a intolerância religiosa, dentre outros marcos legais.

O trabalho inicial foi apresentado em reunião dia 14 de abril de 2013, na rua Brigadeiro Jordão, 297, Ipiranga, São Paulo – SP, com participação de várias lideranças. Cada órgão federativo, representado pelos seus diretores, sacerdotes e lideranças se empenharam ajudando a trazer propostas para o Congresso Nacional de Umbanda. A direção dos trabalhos foi do MPU, com todos os presentes unidos com responsabilidade pela Umbanda.

O Congresso tem por finalidade agregar todas as vertentes, escolas, federações, templos, escritores, pensadores, imprensa, filósofos e outros que estão inseridos na religião de Umbanda com a finalidade de atingir a opinião pública sobre o que é Umbanda, sua cultura social, política e religiosa. Temos a responsabilidade de fundamentar um pensamento único em relação a vários pontos específicos.  Esses pontos são aspectos claros existentes em qualquer vertente da Religião de Umbanda e passam a ser uma forma de normatizar a base da religião. A normatização nada mais é do que uma forma de trazer a unidade, coerente e inteligente, para difundirmos a nossa religião, respeitando a liturgia e os estudos aplicados em cada vertente. Afinal, a Carta Magna de Umbanda propõe a união, não a unificação.

Após o lançamento oficial do Congresso Nacional de Umbanda na Câmara dos Vereadores de São Paulo – SP, no dia 17 de agosto de 2013, houve diversos fóruns em todo o Brasil e também em Leiria, Portugal (22 de novembro de 2014), nos quais inúmeras sugestões foram dadas e acolhidas para aperfeiçoar o documento.

Por necessidade de termos um órgão de âmbito nacional e internacional como regulador da Carta Magna de Umbanda, o Superior Órgão Internacional de Umbanda e dos Cultos Afros (SOI), sediado em Lages – SC, passa a cumprir esse papel, estando à frente deste trabalho. Dos demais órgãos federativos e/ou regionais contamos com a participação e o apoio necessários para a constituição e a oficialização deste documento.



CARTA MAGNA DA UMBANDA



Atualizada dia 21/10/2014 com o apoio dos mais de 4 mil templos espalhados pelo Brasil, federações, conselhos jurídicos e estudiosos.


A Umbanda é uma religião que crê na existência de um Deus único, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, eterno, imutável, imaterial, onipotente, onipresente soberanamente justo e bom, infinito em todas as Suas perfeições.

Cremos na existência dos Sagrados Orixás, responsáveis diretos por toda a criação do universo e sustento do planeta Terra, divindades e/ou denominações humanas para uma classe de Poderes Reinantes do Divino Criador.

Cremos na existência e comunicação mediúnica, por meio de medianeiros preparados para tal tarefa, em trabalhos caritativos em atendimentos fraternos dos Guias Espirituais.

Dando por verdade que a Umbanda teve contribuições positivas das religiões e/ou filosofias Espírita, Indígenas, Africanas, do Catolicismo popular e outras, entende-se que a Umbanda não se submete a nenhum dogma relacionado às religiões ou filosofias citadas.

Cremos no Mestre Jesus (sincretizado com Oxalá), pautando o aspecto doutrinário embasado nos seus ensinamentos de amor universal, seguindo o que foi anunciado pelo fundador da Umbanda, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, e nos ensinamentos dos inúmeros Espíritos Crísticos, os Mestres do Amor, como via evolutiva para se chegar a uma espiritualidade superior.

A Umbanda possui sacramentos e ritos próprios de batismo, casamento e fúnebre.

A Umbanda é uma religião de “Culto à Caridade”. Dá ênfase à simplicidade dos rituais, que permite a dedicação integral do tempo das sessões em atendimento fraterno aos que a ela recorrem. Nos atendimentos fraternos está o cerne do assistencialismo da Umbanda, sempre de forma caritativa.

Cremos na existência de sítios vibratórios da natureza (praias, matas, cachoeiras, pedreiras, montanhas, campos, lagoas, fontes, jardins, etc.), por onde os Sagrados Orixás manifestam-se energeticamente com mais intensidade, emanando magnetismos necessários à nossa sobrevivência, e aonde vamos constantemente promovendo concentrações para refazimento energético, harmonizações e captação de energias sublimes, nos reequilibrando com as forças da Mãe Natureza. A Umbanda reverencia a Mãe Natureza, por ser nela que se encontra a mais pura manifestação divina e também porque vamos buscar e nos harmonizar com as forças ali reinantes, sustentadoras de toda a forma de vida planetária, atraindo ainda forças do universo para complementar tais vibrações já existentes em nosso planeta, unindo assim, poderosas forças divinizadas existentes nos planos espirituais.

Os principais ritos da Umbanda são realizados por meio de orações, pontos cantados, que podem ser ritmados através de instrumentos musicais. A Umbanda realiza descarregos, com o uso de ervas em defumações, em banhos, em amacis e no uso ritualístico do tabaco. Tem ainda nos elementos minerais, formas condensadas de energias que são aproveitadas nestes ritos, tais como pedras, cristais, metais, incluindo a energia essencial dos quatro elementos básicos da natureza.

A Umbanda atua na elevação e educação religiosa e na evolução dos espíritos, praticando trabalhos que visam ao progresso do ser humano, direcionando a reforma íntima por meio dos postulados de Jesus, da vibração dos Orixás e dos ensinamentos dos Mestres Iluminados de todos os tempos, que são ensinados pelos Guias Espirituais que se manifestam nos templos de Umbanda.

Entende-se que a religião de Umbanda é genuinamente brasileira, com duas características em sua origem:

         Primeira:

É milenar porque seus fundamentos são os mesmos que presidiam o reencontro com Deus desde o início da raça humana em nosso planeta.

Cósmica porque seus fundamentos culminaram com a união preconizada pelo Movimento Umbandista dos quatro pilares do conhecimento humano, que são Filosofia, Ciência, Religião e Arte.

Evolutiva em suas manifestações porque a Umbanda se manifesta em seu dia a dia, utilizando todos os recursos positivos existentes no ontem, no hoje e, com certeza, se valerá dos que vierem no amanhã.

Crística porque os seus aspectos, princípios, postulados e finalidades estão calcados nos ensinamentos dos Mestres da Luz, principalmente no Mestre Jesus, sendo a manifestação e a vivência do Evangelho Redentor, aceitando tudo o que é bom e rejeitando tudo o que não eleva e encaminha ao crescimento e desenvolvimento do ser humano.

Brasileira em suas origens. Como prática religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil e hoje também em todo o mundo.

Segunda:

Foi instituída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de Zélio Fernandino de Moraes, em 15 de Novembro de 1908, em Neves/Niterói, anunciando pela primeira vez o termo “Umbanda”, como designativo de religião. Na mesma noite, revelou-se um Guia Espiritual, apresentando-se como Pai Antônio: era a presença de um Preto-Velho, a sacralização de um representante de origem afro na Umbanda.

Umbanda é sinônimo de prática religiosa e caritativa, não tendo cobrança como uma de suas práticas usuais; não se permite retribuição financeira pelos atendimentos fraternos ou pelos passes realizados. Damos de graça o que de graça recebemos. Mas é lícito o chamamento dos médiuns e das pessoas que frequentam os terreiros para contribuírem para a manutenção do mesmo ou para a realização de eventos de cunho religioso e assistencial aos mais necessitados. Vivemos para a Umbanda, porém precisamos criar mecanismos, como qualquer religião, de proporcionar o crescimento de nossos templos. Outrossim, visando à manutenção, ao conforto e ao bem estar dos seus frequentadores, a critério de cada templo, é facultada a cobrança de contribuições (mensalidades e outros) aos filiados, sem que haja discriminação ou preconceito para com aqueles que não possam retribuir.
No caso específico de sacerdotes/sacerdotisas umbandistas que passaram a dedicar-se integralmente ao culto, em determinadas situações e regiões, cobrando, por exemplo, pelo jogo de búzios, em casas onde o mesmo é praticado, nunca devem deixar de atender àqueles que não podem pagar pelas consultas. Além disso, as sessões (giras) devem permanecer públicas e gratuitas, pautadas pela caridade e pela doação dos médiuns, inclusive e principalmente do sacerdote/da sacerdotisa umbandista.

A Umbanda não pratica o corte ritual de animais (embora o compreenda e respeite como fundamento de outras religiões, inclusive com o tradicional aproveitamento para ceia comunal) quer para assentamentos espirituais/vibracionais, quer para homenagear Orixás, Guias Espirituais, Exus e Pombas-Gira, quer para fortificar mediunidades, ou mesmo em processos ofertatórios ou demandatórios para obtenção de favores de qualquer ordem, pois recorre às orações, descarregos (desobsessões), ou, se preciso, oferendas votivas de flores, bebidas, frutos, sucos, chás, alimentos, incensos e velas A oferenda votiva, além de operação espiritual/vibracional, é também uma reverência espontânea aos Sagrados Orixás e é recomendada a sua prática aos seus fiéis.

A Umbanda reconhece as derivações oriundas de seu cruzamento com outras religiões, ocasionadas pela diversidade religiosa no Brasil. Várias vertentes da Umbanda foram se formando e consolidando com o passar dos anos, agregando a elas mesmas práticas oriundas de outras religiões, sendo, entretanto, todas galhos de uma mesma árvore e, desse modo, a Umbanda se posiciona totalmente contra qualquer forma de discriminação a elas, em conformidade com a lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, e ao conjunto da legislação vigente sobre esse tema.



A UMBANDA É: DOAÇÃO, CARIDADE, COMPROMISSO, PROSPERIDADE E HUMILDADE.

Doação

A Umbanda tem no voluntariado a forma de crescimento natural da religião, onde a participação é fundamental. É por meio da doação que o medianeiro aprende a valorizar seu templo e socializa-se com seus irmãos.

Caridade

A ação caritativa é uma das formas de elevação do espírito. Fora da caridade não existe a compreensão da missão evolutiva do religioso de Umbanda. A caridade é a expressão máxima do aprendizado religioso em sua plenitude pelo médium de Umbanda.

Compromisso

A Umbanda tem no médium compromissado com o bem, com a verdade, com a lealdade, com a caridade, com a entrega pessoal, com o respeito, a essência do verdadeiro religioso como forma de evolução.

Prosperidade

Dizem os Espíritos: “Conquistará tudo com o suor do seu rosto”. Ainda nos alertam: “Não venham pedir à espiritualidade aquilo que é da sua competência”. A prosperidade se dá pela honestidade, pelo esforço, conhecimento e trabalho individual, onde, amparado por sua fé e merecimento, o indivíduo conquistará seus objetivos.

Humildade

O religioso de Umbanda tem como base espiritual sua humildade, entendendo que ele, médium, não é melhor que ninguém, mas, sim, tem uma responsabilidade maior e um compromisso como instrumento da Espiritualidade em transmitir as mensagens de Luz passadas pelos planos elevados. Na Umbanda existe uma hierarquia espiritual que orienta os trabalhos, com Dirigentes Espirituais, Médiuns e Auxiliares; porém, todos sabemos que no plano material somos em todos os momentos aprendizes e professores e todos nós estamos em constante aprendizado, não sendo ninguém melhor do que o outro, apenas com funções e responsabilidades diferentes. Entendemos que quem deve ser glorificado é Deus e a Espiritualidade, nunca o medianeiro!



PRECONCEITO ÉTNICO

A Umbanda é uma religião brasileira e, assim como seu povo, miscigenada, existindo a representação de várias etnias. A Umbanda é o exemplo inter-étnico e responde por ela mesma, pois tem em sua base o negro, o indígena, o europeu e o oriental. Mostra-se como exemplo de cultura e educação, coibindo qualquer forma preconceituosa. O preconceito racial é, antes de tudo, uma demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das leis divinas. Aquele que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra característica étnica viola a regra de ouro presente nas mais diversas tradições espirituais e religiosas, "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.


ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO

Na Umbanda todo ser humano é visto como irmão (ã) espiritual, sendo aceita qualquer orientação sexual e identidade de gênero. Assim a religião entende e acolhe espíritos, e não o gênero ou a sexualidade. Discriminação e preconceito não são ensinados pelos nossos Guias, entendendo que a Umbanda acolhe a todos. Encarnamos com propósitos e meios para alcançá-los, sendo fundamental respeitarmos a condição de cada indivíduo. Homossexualidade e transexualidade são questões de foro pessoal.

CASAMENTO

Para a Umbanda, tão bela quanto a sabedoria de Deus transmitida pelos Guias Espirituais e nossa missão para com Eles, conosco e com o próximo, é o sacramento do casamento. Os encontros espirituais de dois seres carnais contribuem para os alicerces da sociedade. O casamento deve se dar por amor e livre arbítrio, onde o casal é orientado e acolhido também espiritualmente. Para a Umbanda é irrelevante a heterossexualidade, a homossexualidade, a transexualidade ou se uma das partes não é propriamente umbandista. Reservamos a todos direitos iguais de matrimônio sejam heterossexuais, homossexuais, transexuais e casais onde um dos cônjuges é de uma orientação religiosa diferente. Unimos espíritos em sua base carnal passageira, sem impor quaisquer condições financeiras, étnicas etc. Compreendemos que o casamento religioso funciona como base espiritual para uma família e tanto o corpo mediúnico quanto a assistência têm o direito a este sacramento.


ADOÇÃO

O posicionamento da Umbanda não é apenas favorável, mas também incentivador à adoção. O acolhimento físico, moral e espiritual daquele a ser adotado, sempre levando em consideração as condições dos pais, é o de respeito, carinho, amor e proteção, para o resgate da criança/do adolescente e sua inserção nos princípios de cidadania, favorecendo-o a ser consciente de suas responsabilidades e voltado para a prática do bem. Esse ser humano (assim como aqueles que serão seus pais) precisa de compreensão de sua condição humana e espiritual. Acreditamos no mesmo direito por parte de pais e mães heterossexuais, homossexuais e transexuais, pois a amplitude desse ato não se reserva à condição sexual ou de gênero, e sim ao resgate cármico em condições tanto materiais quanto emocionais para a educação da criança e do adolescente.


DIVÓRCIO

Conselheiros espirituais umbandistas não incentivam o divórcio, porém não compactuam com o relacionamento aparentemente feliz, mas com o espírito abalado pelo ódio, pelo sofrimento, pela falta de amor, que, por muitas vezes, pode causar riscos à integridade física, moral e espiritual a um dos cônjuges ou ao casal, e, por consequência, traumatizar familiares, filhos e amigos. O casamento se dá por afinidade mútua das pessoas, baseadas em lealdade, respeito e amor. O casamento indissolúvel é criação humana, por dogmas religiosos e/ou de ordem social e econômica. Na Umbanda, acredita-se que o carma do casal pode ser breve ou durar uma vida inteira, de acordo com o que sua própria missão espiritual determina, e não se impõe uma convivência de infelicidade ou violência. O casamento em âmbito espiritual deve ser por livre escolha, preservando a integridade do ser humano, jamais sendo proibido para, em sua jornada, encontrar aquele (a) que possa ser seu (sua) companheiro (a) até o desencarne ou após. Na Umbanda, o matrimônio também é assegurado como direito àqueles que já se divorciaram.



CRIANÇAS NA UMBANDA

Assim como as sessões umbandistas recebem as falanges dos Erês (Ibejada) e reconhecem a sua inocência como importante missão de transmitir a médiuns e assistidos a alegria pura da vida na vibração desta poderosa força infantil, assim reconhecemos as crianças levadas às sessões como importante processo de sua própria formação espiritual, garantindo a elas o direito do conhecimento dentro da Umbanda da mensagem universal de Jesus, sincretizado com Oxalá, com sua magnitude em Deus e nos Orixás, para o atendimento mediúnico, para batizado, passes e desenvolvimento, o respaldo moral, físico e espiritual contra todas as formas de violência. Incentivamos a criança para que ela reconheça desde cedo sua importância, seu valor e seu caráter, concedendo a ela o direito de livre escolha pela sua pureza, trabalhando dentro de nossas crenças, para que tenha amparo sempre.


IDOSOS NA UMBANDA

Assim como a Umbanda presta reverência redobrada aos chamados Orixás “decanos” ou “mais velhos” (em especial, Oxalá, Obaluaê e Nanã) e aos Pretos-Velhos, preconiza o respeito, o amparo e a assistência aos idosos, no âmbito familiar e social, com base no amor, na caridade, no reconhecimento e na legislação em vigor, em especial o Estatuto do Idoso.

PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Na Umbanda, nenhuma pessoa portadora de necessidades especiais (congênita ou adquirida) é privada de acolhimento ou desenvolvimento mediúnico. Compreendemos que as deficiências se restringem à carne e não ao espírito, portanto as limitações do corpo material se tornam nulas, mediante nossa fé e o Plano Espiritual.        Como disseminadores de amor ao próximo, não nos cabe desmerecer ou restringir quaisquer que sejam as condições físicas, mentais ou psicológicas de um irmão, pois somos livres de julgamentos e permitimos que todos aqueles que buscam a doutrina umbandista sejam tratados com igualdade e respeito.
Aos dirigentes de Templos e Federações pede-se privilegiar a acessibilidade, conforme a caridade, o bom senso e as leis vigentes.


PRESERVATIVOS E MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

A Umbanda apoia o uso de preservativos e métodos contraceptivos, como meios de proteção contra DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e prevenção de gravidez indesejada. Cada qual deve saber e escolher o momento de gerar um novo ser, que necessitará de compreensão, educação e discernimento ao longo de sua vida. Nesse sentido, o uso de métodos contraceptivos é um modo de proteger a vida, não da vida. O uso do contraceptivo é aceito pela religião da Umbanda, pois respeita o livre arbítrio, o controle de natalidade e o planejamento familiar.

ABORTO

A Umbanda é contra a prática do aborto.
Na Umbanda entende-se que a partir da concepção já existe vida, um Espírito que anseia por sua evolução. As observações dos resgates espirituais, por meio dos acontecimentos, necessitam ser levados em consideração. Há falta sempre que transgredimos a Lei de Deus. Um pai e uma mãe, ou quem quer que seja que provoque o aborto, em qualquer período da gestação, cometerá transgressão, porque isso impede o espírito de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.
Dado o caso onde o nascimento da criança coloque em perigo a vida da mãe, é preferível, por bom senso, manter a vida da genitora.
O aconselhamento direto com os Guias Espirituais é fundamental para que as ações baseiem-se sempre na Espiritualidade e na particularidade de cada situação.
Caso ocorra ou tenha ocorrido o aborto por decisão de qualquer natureza, a Umbanda jamais condenará os envolvidos, ocupando-se, antes, em acolhê-los e prestar-lhes conforto espiritual.

DROGAS

Todos que recorrem aos terreiros de Umbanda encontrarão o lado assistencialista. O dependente químico deve ser tratado sem aspectos preconceituosos, tendo total assistência por parte da religião de Umbanda.

A Umbanda respeita a vontade do indivíduo em buscar e aceitar o tratamento espiritual. Devem ser observados e respeitados nos tratamentos o lado psicológico, o comprometimento químico e a atenção espiritual para o dependente e sua família.


EUTANÁSIA / DISTANÁSIA/ ORTOTANÁSIA / SUICÍDIO / HOMICÍDIO/ ASSASSINATO

A Umbanda, por valorizar a vida, nos aspectos terreno e espiritual, entende que a passagem deve ser natural, respeitando a Lei do carma e aprendizados importantes ao Espírito.
Só o Criador, através de Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência, sabe o momento do desenlace carnal de qualquer indivíduo.
Ortotanásia é a morte natural do ser sem a utilização de meios artificiais ou qualquer interferência humana.
Mesmo no caso em que a morte é inevitável e em que a vida não é abreviada senão por alguns instantes, a Eutanásia é sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Divino Criador.
Práticas que atentam contra a vida, humana ou animal, não são aceitas pela Umbanda.
Homicídio cometido por um agente público ou profissional (segurança ou policial) no exercício de sua profissão não possui ônus espiritual sob tais fatos, pois o Estado passa a ser responsável. Nesse caso, podemos muitas vezes entender que o profissional é apenas um agente da espiritualidade executando as leis do Carma.
Distanásia, do ponto de vista clínico e espiritual, não fere o conceito religioso de Umbanda pelo fato de tentar prolongar a vida do ser.






VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

         A Umbanda não aceita qualquer forma de violência doméstica, atendendo aos parâmetros da legislação vigente com destaque para os Estatutos do Idoso e da Criança e do Adolescente, Leis de proteção à mulher e a Carta das Nações Unidas (ONU), segundo os quais os direitos da pessoa humana devem ser preservados.


O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE

A Umbanda defende o direito de igualdade, sendo que a mulher deve ocupar qualquer posição na sociedade, com o mesmo tratamento.
As mulheres na Umbanda estão em todos os níveis hierárquicos da religião, inclusive na curimba, não apenas no canto, mas também no toque.


PEDOFILIA / MAUS TRATOS

A Umbanda não aceita qualquer forma de ato que atente contra a criança e o adolescente, em especial os casos de pedofilia e maus tratos e defende que as leis já estabelecidas devam ser aplicadas.
Pessoas que possuem desvio de conduta em relação a crianças e adolescentes podem estar obsedadas e necessitam de orientação espiritual e acompanhamento psicológico, além de se submeterem à aplicação das leis civis.

POSICIONAMENTO E ÉTICA EM RELAÇÃO À UMBANDA E OUTRAS RELIGIÕES

A Umbanda traz em si a base religiosa que deve ser respeitada: amar, respeitar, não julgar, não caluniar, atuar sempre com verdade, na base do bem, da educação e da elevação.
O posicionamento ético em qualquer religião deve se basear em tais atributos, manifestado pelo verdadeiro religioso de Umbanda.

Sobre a questão inter-religiosa, a Umbanda respeita todas as religiões e busca o Estado Laico, não discriminando nenhum tipo de manifestação religiosa que vise ao respeito e à evolução do ser humano.
Cremos na afirmação de que as religiões constituem os diversos caminhos de evolução espiritual que conduzem a Deus.


SOBRE OS MÉDIUNS E ASSISTIDOS

Os médiuns e assistidos em geral são vistos como religiosos e devem agir como tal, com fé em Deus, nos Orixás e Guias Espirituais, possuir os atributos da Fé, amar seu semelhante, não julgar, jamais caluniar, ser pacificadores, estar a serviço do bem e jamais utilizar o seu conhecimento de forma torpe.
Esses atributos são posicionamentos éticos para todos que comungam da fé umbandista.


EDUCAÇÃO ESCOLAR

A Umbanda indica a inclusão nas matérias de filosofia, história, sociologia, antropologia e outras o estudo da Carta Magna de Umbanda como fonte didática e como ponto de partida para o diálogo inter-religioso. Assim como as demais religiões, a Umbanda passa a ter um documento que esclarece de forma objetiva, seus postulados.


DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

A Doutrina umbandista vê com bons olhos a doação de órgãos.
Fazemos das palavras do médium espírita Chico Xavier as nossas. Perguntaram a Chico Xavier se os Espíritos consideram os transplantes de órgãos prática contrária às leis naturais. Chico respondeu: “Não. Eles dizem que assim como nós aproveitamos uma peça de roupa que não tem utilidade para determinado amigo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede essa peça de roupa, é muito natural, aos nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com segurança e proveito”.
Mesmo que a separação entre o espírito e o corpo físico não tenha se completado, como nos casos de morte cerebral, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos ao espírito doador. A doação de órgãos não é contrária às Leis da Natureza, porque beneficia outras pessoas e o próprio espírito do doador em sua evolução espiritual e, além disso, é uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos no plano material, colocando-os a serviço de vários necessitados.
O mesmo se dá em relação à doação de sangue, medula e qualquer tecido orgânico que venha proporcionar ajuda ao semelhante. A Umbanda, assim como qualquer religião, necessita incentivar a prática de doação para amparar milhões de irmãos necessitados pelo mundo.

         CREMAÇÃO

Nada aventamos fundamentalmente contra a cremação.
A cremação é legítima para todos aqueles que a desejam, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em ambiente frio. Esse período é necessário, pois existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o tônus vital, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda o Espírito solicita para as sensações da existência material.
O sepultamento ou a cremação nada mais representam, para o espírito, que a desagregação mais lenta ou mais rápida das estruturas entretecidas em agentes físicos, das quais se libertou.

         CONCEITOS – UMBANDA NA DEFESA DA NATUREZA, NO MUNDO E NO CAMPO JURÍDICO

A Umbanda é um conjunto de leis que regem a vida e a harmonia do Universo. Como religião ou como ciência, na Umbanda, tanto na prática ritualística material como na esfera espiritual das comunidades umbandistas, só se conhece uma hierarquia espiritual: a da evolução de cada Espírito nos diversos planos da Criação e a vibratória estabelecida pelo mérito de cada um. A par do conhecimento perfeito da vida, a Umbanda aproveita o ambiente material fornecido pela vibração humana para abrir o verdadeiro caminho da sabedoria onde se aprende que a verdade ou a realidade final do Universo é imutável. Dentro da concepção de que o aproveitamento material fornecido pelo homem é força ativa indispensável à realização da Umbanda, sobre o médium é que repousa integral responsabilidade, somente excedida pela sua própria compreensão quanto à missão que lhe é, por escolha, concedida.
A Umbanda é uma síntese expressiva de Amor, Sabedoria, Respeito, Tolerância e Renúncia, como nos ensina Jesus e nos apresentam outros tantos Mestres Crísticos em vários momentos da História e em culturas tão diversas. O umbandista se utiliza da religião como meio de progresso e defesa, mas nunca como instrumento de ataque.
A Umbanda está em vários países, levando a paz e a elevação de uma religião que defende os direitos pela igualdade, respeitando a pluralidade de cada nação. As bases da Carta Magna de Umbanda são o registro dos princípios seguidos por religiosos de Umbanda pelo mundo.
A Umbanda, como religião ecológica, tem em seus seguidores os defensores da Natureza. Entendemos que os Sagrados Orixás manifestam-se magneticamente com mais intensidade nos sítios vibratórios da Natureza, aonde vamos constantemente, promovendo concentrações para refazimento energético, harmonizações e captação de energias sublimes, nos reequilibrando com as forças da Mãe Natureza.
As oferendas votivas realizadas pelos umbandistas no seio da Natureza, além de simples, são todas efetuadas com materiais biodegradáveis, que rapidamente se incorporarão ao meio ambiente. A religião de Umbanda defende a natureza, preza pelas matas, mares, rios, cachoeiras, nascentes. Preza pela fauna e flora, contribuindo, assim, com os tratados internacionais de preservação da natureza indicando a necessidade de meios de desenvolvimento que não a agridem.
A Carta Magna de Umbanda sugere e defende a necessidade de organização jurídica e administrativa no que diz respeito à organização dos Templos e Federações.

         CANDIDATOS À POLÍTICA NA UMBANDA

A Umbanda solicita que todo candidato que se apresente dentro da religião assine documento público com o compromisso de seguir a Carta Magna de Umbanda, assumindo sua posição, expondo-a em seu próprio site, blog e em suas redes sociais e entendendo que este documento protege a religião de oportunistas e pessoas mal intencionadas.
Por outro lado, os umbandistas apontar qualquer tipo de possível desvio de comportamento do eventual representante da religião.
Os representantes políticos se comprometem a não interferir na conquista de direitos individuais e coletivos baseados em pressupostos religiosos da Umbanda.



domingo, 8 de fevereiro de 2015

Autocobrança: qual a razão para exigir tanto de si mesmo?

Pessoas muito exigentes perdem facilmente o limite entre o que fazem e o que dão conta de fazer. Exigem tanto de si que perdem a noção entre o desejo de realizar e a autocobrança. São aqueles que vivem pressionados pelo “eu deveria…” “Deveria ter ligado para fulano”, “deveria ter acompanhado minha mãe no tratamento”, “deveria estar mais perto de sicrano.”
Os exigentes são valorosos em honestidade, comprometimento, dedicação e responsabilidade. Os princípios que os impulsionam são saudáveis e úteis, entretanto, quando excedem na aplicação desses princípios penetram o campo mental sombrio do conflito exaustivo, diante do tanto que fazem em contraste com o tanto que gostariam de ter feito.
Por conta desse contraste estão sempre com a sensação de que fizeram pouco ou tiveram baixo rendimento, tornando-se muito irritados com a sobrecarga que não reconhecem e controladores inveterados que acreditam na sua capacidade para atingir objetivos impossíveis.
Por trás desse comportamento de autocobrança existem programações mentais que funcionam baseados em crenças limitantes do tipo “para ser reconhecido, tenho que dar conta de tudo”, “para ser amado necessito fazer tudo que tenho que fazer”, “se eu não conseguir tal desempenho, não serei amado” ou “se eu não tiver um bom resultado serei rejeitado”. São crenças perfeccionistas, motivadas pela necessidade neurótica de perfeição como caminho para uma autorealização ilusória.
Com isso o autocobrador ultrapassa seus próprios limites sem perceber, perdendo uma grande dose de energia astral e mental, que vai leva-lo ao estado de estresse e muita desvitalização. Ele é seu próprio sugador, seu próprio obsessor.
Essa necessidade compulsiva pela perfeição esconde uma dificuldade de aceitar algo em você. Quase sempre é uma questão relativa a baixa autoestima. É tão complexo o assunto que algumas pessoas, por exemplo, não aceitam se sentirem imperfeitas, frágeis ou falíveis… O pior disso tudo é que essa compulsão lhes subtrai a possiblidade de valorizar e se alegrar com a melhora e as conquistas reais que já fizeram, sentindo necessidade de fazer mais e mais em busca de um estado íntimo de gratificação que nunca acontece.
Fazendo as pazes com essa limitação você “pega leve” com a vida e consigo mesmo. Elimina a rigidez de sua vida ou a utiliza adequadamente. Percebe que não precisa e nem quer viver como um inimigo de sua própria alma. O remédio para isso é identificar qual a crença que está orientando esse tipo de comportamento e reenquadrá-lo em novas perspectivas de amorosidade a si mesmo.
Além disso, é importante Investigar também quais modelos de viver você herdou e que não atendem suas particularidades e seus talentos.
Um dos caminhos práticos, depois de examinadas as causas mais profundas da auto exigência descabida, é começar a exercitar a substituição dos “deveria” por “eu quero”. Encerrar os ciclos dos “deveria isso ou aquilo” e começar a perguntar e priorizar “será que eu quero?”, “quero fazer isso?”, “o que eu quero?”.
A vida é para ser vivida de forma leve. Mais importante que a força e a rigidez é a direção que você imprime aos seus esforços. Ninguém nasceu para carregar o mundo nas costas…

Por Wanderley Oliviera|04 fevereiro, 2015